terça-feira, 26 de julho de 2011

A Confissão dos pecados

Todos os nossos pecados – passados, presentes e futuros – são perdoados de uma vez por todas quando nos tornamos cristãos? Não, de acordo com a Bíblia ou com os primeiros Padres da Igreja. A Escritura não afirma em nenhum lugar que os nossos pecados futuros são perdoados. Ao contrário, Ela nos ensina a orar: "E perdoai-nos as nossas dívidas, como nós também temos perdoado aos nossos devedores." (Mt 6:12).

O meio pelo qual Deus perdoa pecados depois do batismo é a confissão: "Se reconhecemos os nossos pecados, (Deus aí está) fiel e justo para nos perdoar os pecados e para nos purificar de toda iniquidade." (1Jo 1:9). Pecados menores ou veniais podem ser confessados diretamente a Deus, mas para pecados graves ou mortais, que esmagam a vida espiritual da alma, Deus instituiu um meio diferente para obter perdão: o sacramento conhecido popularmente como confissão, penitência ou reconciliação.

Este sacramento está enraizado na missão que Deus deu a Cristo como o Filho do Homem na terra para ir e perdoar pecados (cf. Mt 9:6). Assim, a multidão que testemunhou esse novo poder "glorificou a Deus por ter dado tal poder aos homens." (Mt 9:8; observe o plural "homens"). Depois da Sua ressurreição, Jesus transmitiu Sua missão de perdoar pecados aos seus ministros, dizendo-lhes "Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós... Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos." (Jo 20:21–23).

Visto que não é possível confessar todas as nossas muitas faltas diárias, sabemos que a reconciliação sacramental é necessária apenas para pecados graves ou mortais – mas é necessária, senão Cristo não teria ordenado isso.

Ao longo do tempo, mudaram as formas que o sacramento foi administrado. Na Igreja primitiva, pecados publicamente conhecidos (como apostasia) foram muitas vezes confessados abertamente na igreja, embora a confissão privada com um sacerdote fosse sempre uma opção para os pecados cometidos particularmente. Ainda assim, a confissão não era apenas algo feito em silêncio a Deus por si só, mas algo feito "na igreja", como o Didaqué (70 d.C.) indica.

As penitências também tendiam a ser executadas antes e não após a absolvição, e elas eram muito mais rigorosas que as de hoje (penitência de dez anos para o aborto, por exemplo, era comum na Igreja primitiva).

Mas o básico do sacramento sempre esteve lá, conforme revelam as citações seguintes. De especial significado é seu reconhecimento de que a confissão e a absolvição devam ser recebidas por um pecador antes de receber a Sagrada Comunhão, porque "todo aquele que... come o pão ou bebe o cálice do Senhor de forma indigna será culpado por profanar o corpo e o sangue do Senhor. "(1Cor 11:27).

A Didaqué

"Confessa teus pecados na igreja e não eleves tua oração com uma consciência má. Este é o modo de vida... No Dia do Senhor reuni-vos juntos, parti o pão e dai graças, depois de confessares tuas transgressões para que teu sacrifício possa ser puro." (Didaqué 4:14, 14:1 [70 d.C.]).

A Carta de Barnabé

"Vós deveis julgar retamente. Vós não deveis fazer um cisma, mas deveis pacificar aqueles que lutam por trazer-vos reunidos. Vós deveis confessar vossos pecados. Vós não deveis ir à oração com uma consciência má. Este é o caminho da luz." (Carta de Barnabé 19 [74 d.C]).

Inácio de Antioquia

"Para que todos quantos são de Deus e de Jesus Cristo estejam também com o bispo. E tantos quantos devam, no exercício de penitência, retornar para a unidade da Igreja, estes, também, devam pertencer a Deus, que eles possam viver de acordo com Jesus Cristo." (Carta aos Filadelfienses 3 [110 d.C.]).

"Porque onde há divisão e ira, Deus não habita. A todos eles que se arrependem, o Senhor concede perdão, se eles apresentam penitência para a unidade de Deus e a comunhão com o bispo." (idem, 8).

Ireneu

"[Os discípulos gnósticos de Marcos] têm iludido muitas mulheres... Suas consciências têm sido marcadas como acontece com um ferro quente. Algumas dessas mulheres fazem uma confissão pública, mas outras ficam envergonhadas de fazer isso, e, em silêncio, como se retirando de si mesmas a esperança de vida de Deus, elas apostatam inteiramente ou hesitam entre os dois cursos." (Contra as Heresias 1:22 [189 d.C.]).

Tertuliano

"[Com relação à confissão, alguns] fogem deste trabalho como sendo uma exposição de si mesmos, ou eles adiam de dia para dia.

Hipólito

"[O bispo conduzindo a ordenação do novo bispo deve orar:] Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo... Derrame agora o poder que vem de Vós, do Vosso Espírito real, que destes ao Vosso amado Filho, Jesus Cristo, e que Ele deu aos seus santos apóstolos... e concedei a este Vosso servo, que Vós escolhestes para o episcopado, [o poder] para alimentar Vosso rebanho sagrado e para servir sem culpa como Vosso sumo sacerdote, ministrando dia e noite para propiciar incessantemente diante de Vosso rosto e para oferecer-Vos os dons da Vossa santa Igreja, e pelo Espírito de sumo sacerdócio ter a autoridade para perdoar pecados de acordo com Vosso mandamento." (Tradição Apostólica 3 [215 d.C.]).

Orígenes

"[Um método final de perdão], embora difícil e trabalhoso, [é] a remissão dos pecados por meio da penitência, quando o pecador... não se retrai de declarar seu pecado a um sacerdote do Senhor e de buscar remédio, após a forma dele que diz: 'Eu disse, "Ao Senhor acusar-me-ei de minha iniquidade"'" (Homilias sobre Levítico 2:4 [248 d.C.]).

Cipriano de Cartago

"O apóstolo [Paulo] da mesma forma dá testemunho e diz: ‘... Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpável do corpo e do sangue do Senhor." (1Cor 11:27]. Mas [o impenitente] repele desdenhosamente e despreza todos esses avisos; antes de que seus pecados sejam expiados, antes de que eles tenham feito uma confissão de seus crimes, antes de que sua consciência tenha sido purgada na cerimônia e às mãos do sacerdote... eles fazem violência ao corpo e sangue [do Senhor], e com suas mãos e boca pecam contra o Senhor mais do que quando O negavam" (Os Decaídos 15:1–3 (251 d.C.]).

"De fé bem maior e temor salutar são aqueles que... confessam seus pecados aos sacerdotes de Deus de uma maneira franca e na tristeza, fazendo uma declaração aberta de consciência... Eu vos suplico, irmãos, que todos que pecaram confessem seus pecados enquanto ainda estão neste mundo, enquanto sua confissão ainda é admissível, enquanto a satisfação e a remissão feita através dos sacerdotes ainda são agradáveis diante do Senhor." (idem., 28).

"[Os] pecadores podem fazer penitência para um tempo determinado, e de acordo com as regras de disciplina vêm à confissão pública, e por imposição da mão do bispo e clero recebe o direito de comunhão. [Mas agora alguns] com seu tempo [de penitência] ainda não cumprido... eles são admitidos à comunhão, e seu nome é apresentado; e enquanto a penitência ainda não é realizada, a confissão ainda não é feita, as mãos do bispo e clero ainda não são postas sobre eles, a Eucaristia é dada a eles; contudo está escrito, 'Por isso, todo aquele que comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor.' [1Cor 11:27]" (Cartas 9:2 [253 d.C.]).

"E não penses, querido irmão, que vai ser reduzida a coragem dos irmãos, ou que os martírios falharão por esta causa, que a penitência seja diminuída para os decaídos, e que a esperança de paz [ou seja, a absolvição] seja oferecida ao penitente... Para os adúlteros mesmo um tempo de arrependimento é concedido por nós, e a paz é dada." (idem., 51[55]:20).

"Mas eu me pergunto se alguns são tão obstinados para pensar que o arrependimento não seja concedido aos decaídos, ou supor que o perdão é para ser negado ao penitente, quando está escrito, 'Lembra-te por que motivo estás caído, e arrepende-te, e faz as primeiras obras' [Ap 2:5], que certamente é dito a ele que evidentemente caiu, e a quem o Senhor exorta a levantar-se novamente por seus atos [de penitência], porque está escrito: 'A esmola livra da morte.' [Tb 12:9]" (idem, 51[55]:22).

O sábio persa Afrahat

"Vós [sacerdotes], então, que sois discípulos do nosso ilustre médico [Cristo], não deveis negar um curativo àqueles que necessitam de cura. E se alguém descobre a ferida dele antes de vós, dai-lhe o remédio do arrependimento. E aquele que tem vergonha de tornar conhecido sua fraqueza, encorajai-o para que ele não o esconda de vós. E quando ele vos tiver revelado, não o torne público, para que, por causa disso, o inocente possa ser considerado como culpado por nossos inimigos e por aqueles que nos odeiam." (Tratados 7:3 [340 d.C.]).

Basílio, o Grande

"É necessário confessar nossos pecados àqueles a quem é confiada a entrega dos mistérios de Deus. Aqueles fazendo penitência de antigos são encontrados para tê-la feito antes dos santos. Está escrito no Evangelho que eles confessaram seus pecados a João Batista [Mt 3:6], mas em Atos [19:18] eles confessaram aos apóstolos." (Regras Brevemente Tratadas 288 [374 d.C.]).

João Crisóstomo

"Os sacerdotes receberam um poder que Deus não deu nem aos anjos, nem aos arcanjos. Foi dito a eles: 'Tudo o que ligardes sobre a terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes sobre a terra será também desligado no céu'. De fato, os governantes temporais têm o poder de ligação; mas eles só podem ligar o corpo. Os sacerdotes, por outro lado, podem ligar com um vínculo que pertence à própria alma e transcende os próprios céus. [Deus] não lhes deu todos os poderes do céu? 'Àqueles a quem perdoardes os pecados,' diz, 'ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos.' Que poder há maior do que este? O Pai deu ao Filho todo julgamento. E agora eu vejo o Filho colocando todo esse poder nas mãos dos homens [Mt 10:40; Jo 20:21–23]. Eles são elevados a esta dignidade como se eles já fossem recolhidos ao céu." (O Sacerdócio 3:5 [387 d.C.]).

Ambrósio de Milão

"Para aqueles a quem foi dado [o direito de ligação e separação], é óbvio que ambos são permitidos, ou nenhum é permitido. Ambos são permitidos para a Igreja, nenhum é permitido para a heresia. Porque este direito foi concedido somente aos sacerdotes." (Penitência 1:1 [388 d.C.]).

Jerônimo

"Se a serpente, o diabo, morde alguém secretamente, ele infecta essa pessoa com o veneno do pecado. E se quem foi mordido se mantém em silêncio e não faz penitência, e não quer confessar sua ofensa... então seu irmão e seu mestre, que têm a palavra [de absolvição] que vai curá-lo, não pode ajudá-lo." (Comentário sobre Eclesiastes 10:11 [388 d.C.]).

Agostinho

"Quando tiveres sido batizado, mantém uma vida boa nos mandamentos de Deus para que possas preservar teu batismo até o fim. Não te digo que viverás aqui sem pecado, mas eles são pecados veniais os quais esta vida nunca está sem. O Batismo foi instituído para todos os pecados. Para os pecados leves, sem os quais nós não podemos viver, a oração foi instituída... Mas não cometas aqueles pecados por conta dos quais tu terias de ser separado do corpo de Cristo. Que pereça o pensamento! Porque aqueles a quem vês fazendo penitência cometeram crimes, também adultério ou algumas outras maldades. É por isso que eles estão fazendo penitência. Se os pecados deles fossem leves, a oração diária bastaria para apagá-los... Na Igreja, portanto, há três maneiras de os pecados serem perdoados: nos batismos, na oração e na humildade maior de penitência." (Sermão aos Catecúmenos sobre o Credo 7:15, 8:16 [395 d.C.]).

quinta-feira, 7 de julho de 2011

A Igreja Católica foi fundada por Constantino?

Não, a Igreja Católica não foi fundada por Constantino.
O imperador Constantino, também conhecido como Constantino Magno (O Grande) ou Constantino I, nasceu em 274 e faleceu em 337, foi imperador durante 31 anos: de 306 a 337. Era filho de Constâncio Cloro e Helena, uma cristã que se tornou Santa Helena. Casou-se com Faustina, filha de Maximiliano Hércules.

No início século quarto, o cristianismo já estava espalhado por quase todo o mundo, penetrando até na classe nobre e era muito perseguido pelos imperadores que tentavam a todo custo, com o poder das armas destruir o poder da fé, mas não conseguiam.
Após a morte do imperador Galério o poder ficou dividido entre Maxênico que se intitulou imperador; e Constantino, aclamado como imperador pelos soldados. Os dois ambicionavam pelo poder absoluto, tal luta se encerrou no dia 28 de outubro de 312, com a vitória de Constantino junto à Ponte Mílvia. Ocorre que Constantino viu no céu uma cruz com a inscrição "In hoc signo vinces" - "Com este sinal vencerás" - este foi um marco para sua conversão, que não se deu de uma hora para outra, foi batizado somente em 337, no fim de sua vida.

Em 313 deu liberdade de culto aos cristãos com o chamado Edito de Milão : "Havemos por bem anular por completo todas as retrições contidas em decretos anteriores, acerca dos cristãos - restrições odiosas e indignas de nossa clemência - e de dar total liberdade aos que quiserem praticar a religião cristã". Era Papa Melcíades, que se tornou São Melcíades, o 32º Papa, tendo Pedro como o 1º. Assim não há que se falar que Constantino é o fundador da Igreja de Cristo, ele apenas deu liberdade aos cristãos, acabando com dois séculos e meio de perseguição e martírio.

Então quem fundou a Igreja Católica?

Foi o próprio Senhor Jesus Cristo.

A palavra igreja deriva de outra palavra grega que significa assembléia convocada. Neste sentido a Igreja é a reunião de todos os que respondem ao chamado de Jesus:

"...ouvirão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor" (Jo 10,16).

Jesus Cristo tinha intenção de fundar uma Igreja, a prova bíblica de sua intenção, encontramos em (Mt 16,18): "Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela".

Outras passagens são também importantes para constatarmos o propósito de Jesus em fundar a Igreja:

A escolha dos doze apóstolos:

- Depois subiu ao monte e chamou os que ele quis. E foram a Ele. Designou doze entre eles para ficar em sua companhia". (Mc 3,13-14).

- A escolha precisa de doze apóstolos tem um significado muito importante. O Senhor lança os fundamentos do novo povo de Deus. Doze eram as tribos de Israel, surgidas dos doze filhos de Jacá; doze foram os apóstolos para testemunhar a continuidade do Plano de Deus por meio da Igreja.

A Última Ceia

- "Tomou em seguida o pão e, depois de ter dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Do mesmo modo tomou também o cálice, depois de cear, dizendo: Este é o cálice da nova aliança em meu sangue, que é derramado por vós..." (Lc 22,19-20).

- Assim como era costume para os judeus, Jesus também reuniu os seus apóstolos para celebrar a páscoa. Durante esta cerimônia foi celebrada a última ceia. Jesus se apresenta como o novo e verdadeiro cordeiro, dá aos seus seguidores o alimento do Seu corpo e sangue.

- As palavras "fazei isto em memória de mim" apresentam o distintivo do novo povo de Deus. Deste modo, a última ceia passou a ser o alicerce e o centro da vida da Igreja que estava nascendo. Afinal, por meio da ceia o Senhor se torna de um modo mais forte presente entre o seu povo.

- E, finalmente, segundo Santo Agostinho, a Igreja começou "onde o Espírito Santo desceu do céu e encheu 120 pessoas que se encontravam na sala do Cenáculo". O derramar do Espírito, em Pentecostes, foi como a inauguração oficial da Igreja para o mundo.

Estamos vivendo um momento do cristianismo onde muitas igrejas são criadas a cada momento :

Os luteranos foram fundados por Martinho Lutero em 1524.

Os anglicanos pelo rei Henrique VIII em 1534, porque o Papa não havia permitido seu divórcio para se casar com Ana Bolena.

Os presbiterianos por John Knox em 1560.

Os batistas por John Smith em 1609.

Os metodistas por John wesley em 1739 quando decidiu separar-se dos anglicanos.

Os adventistas do sétimo dia começaram com Guilherme Miller e Helen White no século passado.

A congregação cristã do Brasil fundada por Luigi Francescom em 1910.

As assembléias de Deus têm sua origem no despertar pentecostal de 1900 nos EUA. Muitas pessoas saíram de diferentes igrejas evangélicas para formar novas congregações pentecostais. Em 1914 mais de cem destas novas igrejas se juntaram para formar esta nova organização religiosa.

A igreja do evangelho quadrangular foi fundada na década de 20 pela missionária canadense Aimeé Semple McPathersom, que passou da igreja batista para a pentecostal.

A igreja Deus é amor foi fundada por David Miranda em 1962.

A renascer em Cristo surgiu a alguns anos, fundada po Estevan Hernandez.

A igreja universal do reino de Deus surgiu em 1977, fundada por Edir Macedo.

Isto além de outras denominações menores que foram surgindo a partir dessa, cada uma delas sendo fundadas por homens, com diferenças em suas doutrinas e cultos. A pergunta é simples: Como o Espírito Santo poderia animar tantas divisões, Ele que é fonte de unidade? Como identificar a Igreja de Cristo?

No credo do Primeiro Concílio de Constantinopla (ano 381), são apresentados os traços que permitem reconhecer os sinais da Igreja de Cristo:

"Creio na Igreja, una, santa, católica e apostólica"

UNA : A Igreja deve ser UMA do mesmo modo como existe "um só Senhor, uma só fé, um só batismo" (Ef 4,5). A intenção de Jesus Cristo foi fundar uma só Igreja.

SANTA : em virtude do seu fundador: Jesus Cristo. Foi ela que recebeu uma promessa fundamental:

"...as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mt 16,18).

Deste modo, a razão da própria existência da Igreja está em ser um instrumento de santificação dos homens: "Santifico-me por eles para que também eles sejam santificados pela verdade" (Jo 17,19).

CATÓLICA : porque foi estabelecida para reunir os homens de todos os povos, para formar o único povo de Deus: "Ide, pois, ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28,19).

APOSTÓLICA : porque está construída sobre o "fundamento dos Apóstolos..." (Ef 2,20). A garantia da legitimidade da Igreja está na continuidade da obra de Jesus por meio da sucessão apostólica. Tudo o que Jesus queria para a sua Igreja foi entregue aos cuidados dos apóstolos: a doutrina, os meios para santificação e a hierarquia. Quando surgiu a "expressão" Igreja católica?

A palavra católica em relação à Igreja foi usada pela primeira vez no segundo século da era cristã por Santo Inácio bispo de Antioquia, na carta dirigida aos esmirnenses: "Onde quer que se apresente o bispo, ali também esteja a comunidade, assim como a presença de Jesus nos assegura a presença da Igreja católica"(8,2).

Foi empregada para destacar o sentido universal da Igreja de Cristo. Aos poucos a palavra católica foi sendo usada para definir aqueles que estavam de fato seguindo a doutrina de Jesus. No final do século II, a igreja cristã já era conhecida como Igreja católica.


Qual é a única Igreja de Cristo?

Encontramos a resposta em uma afirmação do Concílio Vaticano II: "A única Igreja de Cristo(...) é aquela que nosso Salvador, depois da sua Ressurreição, entregou a Pedro para apascentar (Jo 21,17) e confiou a ele e aos demais apóstolos para propagá-la e regê-la (Mt 28,l8ss), levantando-a para sempre como coluna da verdade (1Tm 3,15)... Esta Igreja(...) subsiste na Igreja católica governada pelo sucessor de Pedro e pelos bispos em comunhão com ele" (LG 8).

Examinando os textos bíblicos já apresentados, somos levados a concluir que Jesus fundou somente uma Igreja.

A Pedro disse: "...sobre esta pedra edificarei a minha Igreja" (Mt 16,18); apresentou-se como o bom pastor dizendo: "...haverá um só rebanho e um só pastor" (Jo 1016); na sua oração sacerdotal orou ao Pai: "...para que sejam um, como nós somos um... para que sejam perfeitos na unidade..." (Jo 17,22.23).

Jesus só pode ser a cabeça de um corpo, do mesmo modo como somente pode desposar uma noiva, assim como Deus teve somente um povo entre os vários povos.

Entretanto, a Igreja católica reconhece que nestes quase 2000 anos de cristianismo os homens, por causa de seus pecados, arranharam a unidade do Corpo de Cristo. Essas divisões fizeram surgir novas denominações. Observa a Igreja que em muitas delas existem "elementos de santificação e de verdade" (LG 8).