sexta-feira, 19 de março de 2010

A IGREJA CATÓLICA É RICA?

Entre todas as teorias de conspiração acerca da Igreja Católica, a afirmação de que ela seria uma potência financeira é das que mais subsiste em nossos dias e é habitualmente utilizada pelos seus detratores. Seria mesmo a Igreja Católica uma instituição bilionária, portentosa de riquezas, à qual bastaria vender todos os seus supostos tesouros para com isso acabar com a pobreza dos povos? O Óbolo de São Pedro... O que é isso? É a coleta que será feita uma vez por anos em todas as Igrejas para ajudar a manutenção da Cúria Romana.

“Como? O Vaticano não é rico?” – Sim e não! É rico de igrejas, ornamentadas com obras de arte de valor enorme, de museus igualmente cheios de doações feitas por reis, príncipes, grande artistas e benfeitores da humanidade, que doaram objetos preciosos à Igreja em reconhecimento a Deus por graças recebidas.

Mas não são bens comerciáveis! Um dia (logo depois da guerra mundial) o Cardeal de Milão necessitava de dinheiro para reconstruir as igrejas da cidade, devastadas pelos bombardeios. Foi pedir empréstimos aos Bancos. Os banqueiros perguntaram quais bens a diocese tinha para hipotecar em caso de não restituição do empréstimo. O Cardeal era um homem santo, mas entendia pouco de negócios comerciais; ofereceu hipotecar o domo de Milão. Uma catedral maravilhosa, de valor inestimável! Os banqueiros responderam: “Não é um bem comerciável! Quem a compraria? Tem só despesas de manutenção!”.

Os tesouros de arte do Vaticano, não são como o dinheiro nos Bancos, que dão renda; são bens que exigem manutenção caríssima! As ofertas dos turistas que os visitam, devem ser empregadas para conservação e restauro destes tesouros. Quem entra nas igrejas antigas de S. Paulo, Omo a de S. Francisco, admira toda aquela decoração de madeira trabalhada artisticamente. Mas terá observado que desde anos estão técnicos trabalhando sobre os andaimes para salvar a madeira do cupim, da umidade, da poluição do ar, restaurá-la e refazer as pinturas. E não é qualquer biscateiro que sabe fazer um trabalho semelhante!

No Vaticano trabalham mais de dois mil empregados: guardas, porteiros, faxineiras, funcionários das congregações romanas, que devem atender ao governo de um bilhão de católicos, coordenação de milhares de institutos religiosos, dioceses, seminários...

São em número menor do que os funcionários da prefeitura de Osasco; mas eles também não vivem de ar; devem ser pagos serviço que prestam. Se servirem ao povo católico do mundo inteiro, é justo que os católicos contribuam ao sustento.

O mesmo argumento vale para as dioceses. O Bispo e a cúria diocesana trabalham para o povo da diocese; devem ser mantidos pelo povo, como o seminário que prepara os futuros padres. O povo contribui com o dizimo e as coletas. Por isso as paróquias dão a coleta do dia de São Pedro à manutenção da igreja universal e dez por cento da arrecadação mensal à manutenção da diocese e do seminário. É justo que seja assim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário