domingo, 22 de agosto de 2010

Teologia Paulina

INTRODUÇÃO: Quem é Paulo?

Perfil:

Nome: Saul (cf. At 9,4), ou Saulo (que é a forma grega do nome semítico Saul, que significa: “aquele que foi pedido”). Quando traduzido para o Latim, o nome ficou: Paulus, que significa: pouco, pequeno.

Nascimento: em Tarso, na Cilícia (atualmente, território da Turquia, cf. At 9,11; 21, 39). Era judeu, sua família era da Tribo de Benjamin (cf. Rm 11, 1; Fl 3, 5). Possuía cidadania romana, o que, muitaz vezes lhe ajudou a sair de sérios apuros! (cf At16, 37-40; 22, 25-29; 23, 27).

Tarso era uma cidade de 300.000 habitantes, centro de grande comércio do mundo antigo onde se cruzavam duas culturas, a greco-romana do ocidente e a semita do leste.

A cidade estendia-se aos pés da majestosa montanha do Taurus coberta de neve. Pelo norte estava ligada ao mundo cultural da Ásia Menor, a magnífica região da Capadócia, através de um desfiladeiro tão apertado que os romanos o fecharam com uma porta de bronze. Por ali passaram os exércitos dos grandes conquistadores - Alexandre Magno, Xerxes e os exércitos romanos. Pelo sul a cidade comunicava com o mar o que representava uma ligação com todos os grandes portos do Mediterrâneo. A leste estendia-se a grande planície da Cilícia, rica em água e campos agrícolas.

Tarso era uma cidade de comércio livre, exportava madeiras preciosas do Taurus e peles de ovelha para tendas e tecidos, duros e resistentes às chuvas e que, mais tarde os eremitas hão-de vestir para mortificar o corpo e, como provinham da Cilícia, deram o nome aos cilícios usados pelos monges nas penitências. A cidade era atravessada pelo rio Cidno que a ligava ao mar e era navegável. Nas suas margens erguiam-se armazéns para o comércio. Barcos e comerciantes vindos de Éfeso, Alexandria, Corinto, Ostia e Espanha invadiam a cidade que se tornara cosmopolita. Nas cidades de cultura helênica, não havia diferença entre os cidadãos gregos, judeus ou romanos.

O jovem Paulo conheceu bem a sua cidade e costumes, nas suas cartas encontramos imagens tiradas do comércio marítimo e aos Colossenses escreve: para Deus «não há grego ou judeu, bárbaro ou cita, servo ou livre, mas Cristo que é tudo em todos» (Col. 3, 11).

Grau de Instrução: Estudou em Jerusalém, seu Mestre chamava-se Gamaliel, e gozava de grande reputação. Paulo era um fariseu, e formado, “diplomado”. (cf. At 22, 3; 26, 4; Fl 3, 5).

Profissão: Fabricante de tendas (cf. At 18, 1-3).

Dois momentos decisivos para uma verdadeira guinada na vida de Paulo:

O Testemunho de Estêvão. (cf. At 7, 55-8,1-3)

O Encontro com Cristo no caminho de Damasco.

Observação: é de grande valia assinalar e analisar este Encontro de Paulo com Cristo relatado por Lucas, em Atos dos Apóstolos, e depois analisar o relato do próprio Paulo sobre esta experiência mística! Então, vejamos:

a. At 9,1-19: Perceber a pergunta de Jesus: “Saulo, por que me persegues?”. Reparar que Paulo, teoricamente, não perseguia a Cristo, que para ele já estava morto, e era um problema resolvido, Paulo perseguia a Igreja! Isso sugere que para Jesus há uma íntima relação entre Ele e sua Igreja, de tal forma que persegui-la é perseguir a Ele mesmo!

b. At 9, 19b- 25: A não compreensão da conversão de Paulo. As pessoas ao verem-no pregar, imediatamente evocam o seu passado. Isso acontece muito conosco. Quando nos deixamos converter por Jesus e mudamos nossos hábitos, muitos dos que ainda não O aceitaram, não crêem em nossa conversão e evocam, tantas vezes nosso passado.

A experiência de Paulo relatada por ele mesmo: ( Gl 1, 11-24; II Cor 12, 1-10). O Espinho, ou aguilhão na carne serve, sobretudo, para treinar a humildade, confiança no Senhor, tomar consciência da fraqueza humana.

O Papa Bento ressalta que Paulo se sente amado por Cristo de uma forma particular e especial. R ecorda o Papa o que Paulo diz na sua Carta aos Gálatas: “Vivo na fé do Filho de Deus que me amou e se entregou por mim”. (cf. Gl 2, 20). É como se afirmasse convictamente:

“Ele morreu por mim, Paulo!”

Paulo se torna um Evangelizador: Quem conhece a Cristo, só fala n’Ele e d’Ele!

1. As viagens missionárias de Paulo (pode-se conferir: 1ª. Viagem: At 13,1 _14,28; 2ª. At 15, 36_18, 22; 3ª. At 18, 23_21, 27).

Companheiros de viagem de Paulo:

Primeira viagem: Barnabé e João Marcos (At 13, 2.5)

Segunda viagem: Paulo se desentende com Barnabé e toma Silas como companheiro. (At 15, 36-40). Discussão ocasionada, talvez, não só por causa de João Marcos, mas por uma discussão precedente sobre se os cristãos convertidos que eram judeus deviam ser circuncidados ou não, como mandava a Lei de Moisés. Juntam-se também a Paulo, Silas, Timóteo, Lucas.

Vale a pena estudar esta discussão para apurarmos um pouco mais da personalidade de Paulo e também compreender como a Igreja nascente administrava as questões polêmicas que iam surgindo. Também será bom para compreendermos a nova compreensão da Lei cunhada por Paulo.

Controvérsia relatada por Lucas: cf. At 15,1ss.

Analisemos agora a polêmica contada pelo próprio Paulo: (Gl 2, 1-14).

Como Paulo compreende a Lei? (Ver Gl 2, 15-21).

Terceira viagem: Paulo, Timóteo, Aristarco e outros. (At 20, 4-5)

Como o próprio Paulo define seu trabalho evangelizador?

a. Um trabalho humilde, sem muito prestígio. ( ICor 2, 1-5)

b. Trabalho gratuito! ( ICor 9, 16-18)

c. Trabalho de muitos riscos (II Cor 11, 23-29)

O que faz Paulo suportar tudo?

Resposta: Ler Fl 3. 7-14

Cronologia da Vida de Paulo

Ano 10: Nascimento em Tarso, Cilícia, juventude em Jerusalém.

Ano 36: Martírio de Estêvão, conversão a caminho de Damasco, estadia na Arábia, regresso a Damasco.

Ano 39: Viagem à Jerusalém, retorno à Síria e Cilícia, é trazido à Antioquia por Barnabé.

Anos 45-49: Primeira viagem missionária.

Ano 49: Vai novamente à Jerusalém, onde participa do Concílio Apostólico.

Anos 50-52: Segunda Viagem Apostólica.

Ano 53-58: Terceira Viagem Apostólica

Ano 58: Nova vinda à Jerusalém, onde é preso.

Ano 58-60: Cativeiro em Cesaréia

Ano 60-62: Cativeiro em Roma

? : Viagem à Espanha?

Ano 67: Segundo uma antiga tradição, data de seu martírio, em Roma, pela Espada.

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