segunda-feira, 28 de junho de 2010

A SAGRADA ESCRITURA NA VIDA DA IGREJA.


A Igreja sempre venerou as divinas Escrituras, como sempre venerou ao próprio corpo do Senhor, já que sem cessar toma da mesa da palavra de Deus e do Corpo de Cristo o pão da vida e o serve aos filhos. Sempre as teve e tem, juntamente com a Tradição, como suprema regra de sua fé, porque, inspiradas por Deus e consignadas por escrito uma vez para sempre, comunicam imutavelmente a palavra do próprio Deus e fazem ressoar através das palavras dos Profetas e Apóstolos a voz do Espírito Santo. É necessário, portanto, que toda pregação eclesiástica, como a própria religião cristã, seja alimentada e orientada pela Sagrada Escritura. Nos Livros Santos, com efeito, o Pai que está nos céus vem carinhosamente ao encontro de seus filhos e com eles fala. E é tão grande a força poderosa que se encerra na palavra de Deus, que ela constitui sustentáculo vigoroso para a Igreja, firmeza na fé para seus filhos, alimento da alma, perene e pura fonte da vida espiritual. Por tudo isto, aplicam-se perfeitamente à Sagrada Escritura estas palavras: A palavra de Deus é viva e eficaz (Heb 4, 12), poderosa para edificar e repartir a herança entre os santificados (Ar 20, 32; cf. I Tes 2, 13). (DV 21).

Eis por que é necessário que todos os clérigos, sobretudo os sacerdotes de Cristo e os outros que, como diáconos ou catequistas, legitimamente se consagram ao ministério da palavra, se apeguem às Escrituras Sagradas, mediante assídua leitura e cuidadoso estudo das mesmas, para que não venha a ser vão pregador da palavra de Deus externamente, quem a ela não presta ouvido interiormente, quando, especialmente na Sagrada Liturgia, tem que comunicar aos fiéis a si confiados as vastíssimas riquezas da palavra divina. O Concílio exorta igualmente, com ardor e insistência, a todos os fiéis cristãos, especialmente aos religiosos, a que, pela frequente leitura das divinas Escrituras, alcancem esse bem supremo: o conhecimento de Jesus Cristo (Flp 3, 8). Porquanto ignorar as Escrituras é ignorar Cristo. De bom grado, pois, vão ao próprio texto sagrado, quer pela Sagrada Liturgia, repleta da divina palavra, quer pela piedosa leitura, quer por cursos apropriados e outros meios que, com a aprovação e empenho dos Pastores da Igreja, hoje em dia louvavelmente se difundem por toda parte. Lembremse, porém, que a leitura da Sagrada Escritura deve ser acompanhada pela oração, a fim de que se estabeleça um colóquio entre Deus e o homem. Pois “com ele falamos quando rezamos, a ele ouvimos quando lemos os divinos oráculos . Cabe aos sagrados Pastores, depositários da doutrina apostólicas, educar oportunamente os fiéis que lhes foram confiados para o correto uso dos livros divinos, sobretudo do Novo Testamento e dos Evangelhos, por meio de versões dos textos sagrados acompanhadas das explicações necessárias e realmente suficientes, a fim de que os filhos da Igreja, segura e utilmente, se familiarizem com as Escrituras Sagradas e de seu espírito fiquem imbuídos.

Além disso, façam-se edições da Sagrada Escritura munidas de apropriadas anotações, para uso também dos não-cristãos e adaptadas à situação deles. E, tanto os Pastores de almas como os cristãos de qualquer condição, inteligentemente procurem difundi-las de todos os modos. (DV 25).


Nenhum comentário:

Postar um comentário