quarta-feira, 26 de maio de 2010

Satanismo, Possessão, Infestação – Parte II

O Império de Satanás possui os seus cidadãos

Entre os homens, ao Império de Satanás pertence aquele que o deseje: é suficiente um pecado mortal para adquirir cidadania nesse Império; e para nele permanecer, basta a falta de contrição, que se torna muito fácil pela preguiça ou má vontade em encarar de frente o próprio pecado, reconhecê-lo e humildemente acusá-lo no tribunal da Confissão.
A cidadania infernal concede o “direito” de satisfazer todos os apetites da concupiscência, e de praticar todos os pecados mortais correspondentes, enquanto houver saúde e dinheiro. Em troca, os deveres impostos por esse Império cumprem-se geralmente depois da morte, e consistem em suportar o insuportável fogo eterno... Por outro lado, basta o verdadeiro arrependimento dos pecados e o sacramento da Confissão para livrar-se da tirania desse Império.
Quanto à principal tática do demônio para atuar internamente na Igreja, desde que Ela foi instituída por Nosso Senhor Jesus Cristo, é a disseminação das heresias.

O conhecido historiador francês do início do século XX, Pe. Emmanuel Barbier, comenta a esse respeito: “O flagelo da heresia decorre de duas fontes. As primeiras conquistas da Igreja haviam sido feitas sobre o elemento judeu e sobre o elemento pagão. Aqueles que aceitaram o Evangelho, nele não reconheceram toda a divina salvação, que é preciso receber simplesmente, sem acréscimo e sem atenuação. Muitos misturaram à doutrina cristã outros ensinamentos e deram assim nascimento às heresias. Estes ensinamentos estranhos estavam incrustados quer no judaísmo, quer no paganismo”.

“O número dos tolos é infinito”: o gosto de ser enganado

Diz antigo provérbio que o mundo quer ser enganado, e por isso, em todas as idades houve embusteiros que trataram de satisfazer esse desejo das massas. E o demônio pode utilizar-se desses embusteiros para afastar as pessoas da verdadeira Fé.
A essa má inclinação, as Sagradas Escrituras acrescentam que “os perversos dificultosamente se corrigem e o número dos tolos é infinito” (Ecl 1, 15).
Quando o embuste se vela sob formas religiosas ou misteriosas e atua por meio de agentes de mistificação com poderes desconhecidos ou preternaturais, então ele pode arraigar-se de tal modo no coração, que a luz claríssima da verdade dificilmente consegue arrancá-lo da imaginação popular.

Exemplo frisante de estultice popular o leitor encontrará nos episódios vividos pelo Profeta Daniel (Dn 14, 1-42). Depois dele desmascarar o falso deus Baal dos babilônios, estes o quiseram matar!...

É ótima defesa contra o demônio usar sobre si a Medalha Milagrosa, o Escapulário do Carmo, o Agnus Dei, a Medalha de São Bento, a água benta etc. De nada adiantarão, porém, se a pessoa não se empenhar na observância dos Mandamentos.
O Pe. Gabriele Amorth -- de quem falaremos adiante -- assim se refere ao uso da Medalha Milagrosa: “Constatei em várias ocasiões a eficácia das medalhas que as pessoas usam com fé. Bastaria falar da Medalha Milagrosa difundida em milhões de exemplares no mundo depois da aparição da Virgem a Santa Catarina Labouré (Paris, 1830); se falássemos das graças prodigiosas recebidas através dessa simples medalhinha, nunca mais acabaríamos”.

Cultos afro-asiáticos de conotação satanista na atualidade

O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira observava que “o homem gosta de meias verdades, mas tem horror à verdade total”. E Donoso Cortez, renomado escritor, filósofo e sociólogo espanhol, diz que “o espírito humano tem fome de absurdo e de pecado” (cfr. Obras Completas: Ensaio sobre o Catolicismo, B.A.C., Madrid, 1946, Tomo 2, p. 377).
É por isso que a grande maioria dos homens prefere o caminho fácil das meias verdades, desembocando em religiões falsas. O demônio os atrai como pode, explorando suas más tendências e seus vícios. Assim, a uns conseguirá arrastar diretamente para o satanismo radical dos sacrifícios cruentos. A outros, atrairá para as formas mais veladas de falsa religiosidade que parecem benignas, às vezes sob a capa de filantropia ou de bem espiritual, como certas práticas hinduístas.
Exemplo típico, entre muitos, de satanismo cruento, é o caso de uma vendedora do Rio de Janeiro que declarou ter matado a própria filha de três anos em um ritual de magia negra. Ela foi presa com o concubino e a mãe de santo, que também teriam participado do crime, no litoral fluminense (cfr. “O Estado de São Paulo”, 15-1-99).

A difusão de cultos afro-asiáticos de conotação satanista é hoje uma realidade. No Uruguai, por exemplo, a umbanda é a prática religiosa que mais cresce, a tal ponto que a festa de Iemanjá é a mais popular do país, atraindo para as praias centenas de milhares de praticantes desse culto de origem africana (cfr. “Folha de S. Paulo”, 27-11-99).
Mesmo aqueles que procuram esses cultos por razões folclóricas ou turísticas, arcam com o risco de ser envolvidos por eles e sofrerem as conseqüências.

Espiritismo umbandista

D. Frei Boaventura Kloppenburg O.F.M., Bispo de Novo Hamburgo (RS), explica: “Não podemos indicar uma data exata para a aparição, entre nós, daquilo que hoje se chama espiritismo de Umbanda. Movimentos populares, de origem nitidamente africana, com fachadas cristãs, mas fortemente paganizadas e diretamente influenciadas pelas práticas espíritas, aos poucos se aglutinaram e continuam a coordenar-se ainda hoje, para formar a umbanda (palavra africana que significa feitiçaria). O Batuque do Sul, a Macumba do Rio, o Candomblé da Bahia, o Xangô de Pernambuco, o Catimbó do Nordeste, o Nagô ou as Casas de Minas do Maranhão, a Pajelança da Amazônia: eis a matéria remota desse novo tipo de Espiritismo. Os Kardecistas não toleram que se qualifique a Umbanda como espírita. Mas os próprios umbandistas continuam a proclamar empenhadamente que também eles são verdadeiros espíritas. A Federação Espírita Brasileira, numa solene declaração, publicada no órgão oficial Reformador, de julho de 1953, página 149, acabou concedendo aos umbandistas o ‘privilégio’ de se chamarem espíritas”.

Evocar os mortos: proibição formal da Igreja

Em sua obra Sobre a heresia espírita, o mesmo autor acrescenta: “A prática generalizada pelo espiritismo de evocar os mortos não é recente. O espiritismo atual é a continuação da magia e da necromancia de tempos idos. Já no Antigo Testamento existem testemunhos das consultas aos mortos praticadas pelos hebreus”.
E prossegue: “Mas o fim visado foi sempre o mesmo: evocar os mortos, para deles saber alguma coisa. O espiritismo moderno, portanto, é a magia ou a necromancia da Antigüidade. Ora, consta de textos insofismavelmente claros do Antigo Testamento que Deus proibiu, sob as mais severas penas, semelhantes práticas de necromancia e magia”.
Eis abaixo alguns textos da Sagrada Escritura, que condenam severamente a necromancia e a magia:

· Êxodo 22, 18: “Não deixarás viver os feiticeiros”.

· Levítico 20, 27: “O homem ou a mulher em que houver espírito pitônico ou de adivinho, sejam punidos de morte. Apedrejá-los-ão, o seu sangue cairá sobre eles”.

· Lev. 19, 31: “Não vos dirijais aos magos, nem interrogueis os adivinhos, para que vos não contamineis por meio deles. Eu sou o Senhor vosso Deus”.

· I Reis 28, 5-25: Estes versículos narram a história do rei Saul, que foi consultar uma pitonisa. A conseqüência do episódio inteiro é exposta no I Livro dos Paralipômenos 10, 3: “Morreu, pois, Saul, por causa das suas iniqüidades, porque tinha desobedecido ao mandamento que o Senhor lhe tinha imposto e não tinha observado; e além disso tinha consultado a pitonisa e não tinha posto a sua esperança no Senhor; por isso Ele o matou, e transferiu o seu reino para David, filho de Isaí”.

· IV Reis 17, 17: “E consagraram seus filhos e suas filhas por meio do fogo, e entregaram-se a adivinhações e agouros, e abandonaram-se a fazer o mal diante do Senhor, provocando a sua ira”.

· Isaías 8, 19-20: “E quando vos disserem: Consultai os pitões e os adivinhos, que murmuram em segredo nos seus encantamentos: Acaso não consultará o povo ao seu Deus, há de ir falar com os mortos acerca dos vivos? Antes à Lei e ao Testamento que se deve recorrer. Porém, se eles não falarem na conformidade desta palavra, não raiará para eles a luz da manhã”.
Em vista do acima exposto, decorre a proibição divina de evocar os mortos e consultar médiuns, macumbeiros, gurus, cartomantes. Tal proibição é clara, repetida, enérgica e severíssima.

Nenhum comentário:

Postar um comentário