quinta-feira, 27 de maio de 2010

Satanismo, Possessão, Infestação – Parte III

O espiritismo: verdadeira heresia

Em face dessa tão radical negação de toda a doutrina cristã, o Episcopado Brasileiro, reunido no VI Congresso Eucarístico Nacional (1953), presentes os Senhores Cardeais, Arcebispos, Bispos e Prelados e o Representante da Nunciatura Apostólica, Mons. João Ferrofino, determinou que: “Os espíritas devem ser tratados como verdadeiros hereges”.

O que vem a ser, pois, o herege?
É aquele que, após o batismo, nega com pertinácia qualquer verdade que se deva crer com fé divina e católica, ou duvida pertinazmente a respeito dela, uma vez que o Direito Canônico assim define a heresia: “Chama-se heresia a negação pertinaz, após a recepção do batismo, de qualquer verdade que se deva crer com fé divina e católica, ou a dúvida pertinaz a respeito dela” (cân. 751).

É essencial ao herege, pois, negar com pertinácia. Não seria herege quem negasse uma verdade sem obstinação, sem saber que se trata de verdade de Fé. Portanto não são hereges, nem podem ser tratados como tais, todos aqueles que, por ignorância e iludidos pela falaz propaganda espírita, aderiram ao espiritismo. Mas se, avisados, persistirem no espiritismo, tornam-se pertinazes, e, portanto, hereges, devendo conseqüentemente ser tratados como tais.
Em seu livro acima mencionado, D. Frei Boaventura Kloppenburg conclui que “é sem dúvida severo e inexorável o modo de tratar os espíritas. Mas é uma medida necessária e justa. .... O modo como continuam a evocar os mortos equivale a uma insurreição aberta contra Deus e a Igreja”.

Por isso, “os espíritas excluíram-se a si mesmos da Igreja”.

Condenações do reencarnacionismo há muitos séculos “Reencarnação é o termo usado para indicar a passagem da alma de um a outro corpo humano. Há um significado mais restrito da metempsicose, que indica a transmigração da alma humana através de vários corpos dos homens, dos animais, das plantas etc”.
“No século IV, Orígenes tentou apresentar esta doutrina como sendo católica, inspirando-se em Platão, levantando-se contra ele uma forte polêmica. Ela foi condenada pelo Concílio de Constantinopla no ano de 543 (Papa Virgílio). O absurdo da reencarnação foi posto a nu em declarações inequívocas do Magistério Eclesiástico, segundo o qual, após a morte, cada indivíduo é julgado e recebe um destino eterno irrevogável(cfr. II Concílio de Lyon, ano 1274; Constituição Apostólica Benedictus Deus, de Bento XII, 29-1-1336; Decretum pro graecis, do Concílio de Florença, 4-6-1439)”.
“Um decreto do Santo Ofício, de 4 de agosto de 1856, declara ilícita, herética e escandalosa a prática de evocar as almas dos mortos, receber respostas etc.; a declaração da S. Penitenciária (1º de fev./1882), declara ilícito assistir, ainda que passivamente, às consultas e jogos espíritas. Leão XIII proibiu a leitura e a posse dos livros nos quais se ensina ou se recomenda o sortilégio, a adivinhação, a magia, a evocação dos espíritos e semelhantes superstições”.

Faltam exorcistas autênticos

O Pe. Gabriele Amorth, exorcista oficial da Diocese de Roma, esclarece em seu ensaio Um exorcista conta-nos: “O demônio faz tudo para não ser descoberto, mostra-se muito lacônico e procura todos os meios para desencorajar o paciente e o exorcista”.
E acrescenta: “Os exorcistas na Itália são pouquíssimos, e os que estão preparados, ainda são menos. A situação noutros países é ainda pior, por isso têm-me procurado para a bênção pessoas vindas da França, Áustria, Alemanha, Suíça, Espanha e Inglaterra, onde -- a se acreditar no que me dizem -- não conseguiram encontrar um exorcista. Incúria dos bispos e dos sacerdotes?”.
“Hoje em dia a Pastoral, neste setor e no mundo católico, está completamente descurada. Não era assim no passado. Cada Catedral devia ter um exorcista, do mesmo modo que tem um confessor, e deviam ser tanto mais numerosos os exorcistas, quanto maiores fossem as necessidades: nas paróquias mais importantes, nos santuários”.

“Minha experiência direta leva-me a afirmar que novos fatores estão na origem do aumento considerável das vítimas do Maligno. Em primeiro lugar, analisemos a situação do mundo consumista do Ocidente em que o sentido materialista e hedonista da vida fez com que muita gente perdesse a fé. Penso que sobretudo na Itália uma grande parte da culpa cabe ao comunismo e ao socialismo que, com as doutrinas marxistas, dominaram nestes últimos anos a cultura, a educação e o mundo do espetáculo”.
“A magia e o espiritismo são incentivados por vários canais de televisão. Acrescentem-se ainda os jornais e os espetáculos de horror, em que ao sexo e à violência se aliam mesmo um sentido de perfídia satânica e a difusão de certas músicas de massa que invadem o público até à obsessão. Faço aqui muito particularmente referência ao rock satânico ....".

“Os Exorcismos são esconjuros ou mandados imperativos que o ministro autorizado pela Igreja faz em nome de Deus contra o demônio, para que abandone as pessoas por ele possuídas ou cesse de infestar pessoas ou coisas, ainda que inanimadas”.

Visão de Leão XIII: crescente atuação diabólica no mundo. E ainda o mesmo autor diz:

“Muitos de nós recordamos que, antes da reforma litúrgica do Concílio Vaticano II, os celebrantes e os fiéis, no fim de cada missa, ajoelhavam-se para rezar uma oração a Nossa Senhora e outra a São Miguel Arcanjo:
‘São Miguel Arcanjo, protegei-nos no combate, sede nosso auxílio contra a malícia e ciladas do demônio. Ordene-lhe Deus, instantemente o pedimos, e Vós, Príncipe da milícia celeste, pelo divino poder, precipitai no Inferno a Satanás e os outros espíritos malignos que vagueiam pelo mundo para perder as almas.’
“Como é que nasceu esta oração? Transcrevo o artigo escrito pelo Pe. Domenico Pechenino na revista Ephemerides Liturgicae, 1955, pp. 58-59: Não me lembro exatamente do ano. Uma manhã, o grande Pontífice Leão XIII tinha celebrado a S. Missa e estava a assistir a uma outra de ação de graças, como de costume. De repente, viu-se ele virar energicamente a cabeça, depois de fixar qualquer coisa intensamente, sobre a cabeça do celebrante. Finalmente, voltando a si, bate ligeira, mas energicamente com a mão, levanta-se. Dirige-se ao seu escritório particular. Daí a uma meia hora, manda chamar o Secretário da Congregação dos Ritos, e estendendo-lhe uma folha de papel, manda fazê-la imprimir e enviar a todos os Ordinários do mundo. Que assunto continha? A oração que rezávamos no fim da missa com o povo”.

Apesar dos embustes do sincretismo religioso, a doutrina católica não mudou

Ora -- poderia objetar algum leitor --, há eclesiásticos que abrem os braços e dialogam amigavelmente com macumbeiros e espíritas.
Infelizmente é bem verdade que, sobretudo nos últimos 30 ou 40 anos, muitas declarações e atitudes de membros do clero parecem em contradição com a doutrina acima exposta.
Uma conferência anual de padres e Bispos negros realizada em Salvador, em julho do ano passado, incluiu uma visita aos dois principais terreiros de candomblé. Chocado com isto, o Pe. Pierre Mathon anunciou que celebraria uma missa de repúdio às práticas religiosas que descreveu como demoníacas, e acusou o clero em questão de desviar-se da única Fé verdadeira. “O diálogo é bom, mas fechar os olhos aos padres católicos que recebem as bênçãos de sacerdotes do cadomblé é simplesmente inaceitável”, afirmou o Pe. Mathon durante sermão em Salvador. E acrescentou: “Esses padres são a própria Igreja e estão dando um mau exemplo”. ....
É o que confirma o próprio Arcebispo Primaz de Salvador, D. Geraldo Majella, que atribui as manifestações de sincretismo religioso presentes na Bahia à “.... falta de conhecimento mais profundo da Religião e da Fé católica. Conseqüentemente, acreditam que qualquer coisa vale, que tudo está bem, que você pode misturar a Fé da Igreja com um outro credo, como se fosse algum tipo de mescla”, comentou em declarações reproduzidas por Larry Rohter no “The New York Times”.

Convém insistir, portanto, que o sincretismo -- fusão de várias formas e opiniões religiosas-- apresenta-se como um “fenômeno universal em relação aos problemas religiosos mais graves, especialmente no que se refere ao judaísmo e ao cristianismo”. Mistura os Santos da Religião Católica com personagens, míticos ou não, de outras religiões, sejam elas o espiritismo, o candomblé, a macumba, ou qualquer outro culto pagão. Trata-se de um artifício de que pode servir-se o diabo para enganar os incautos, especialmente as pessoas que vivem na ignorância religiosa.

Além do sincretismo, é inquietante a difusão considerável que a superstição, a magia e o ocultismo vêm alcançando em nossos dias, como veremos a seguir.
Tão universal é o fenômeno, que recente notícia da agência Zenit menciona o espantoso avanço do esoterismo e da magia no país em que se encontra o próprio centro da Igreja Católica e da Cristandade:

“No mínimo inquietantes: assim são os dados oferecidos no Congresso sobre Superstição, Magia e Satanismo na Úmbria, organizado pelo Instituto Teológico de Assis. Os números falam por si mesmos: mais de 12 milhões de italianos recorrem a um mago pelo menos uma vez por ano, mais mulheres do que homens, 40% com estudos secundários, 30% com estudos universitários superiores. A Agencia ANSA cita Mons. Ennio Antonelli, secretário-geral da Conferência Episcopal italiana: ‘com a taxa de 8 por mil do imposto sobre a renda que se destina às igrejas e religiões, a Igreja Católica recebe 500 milhões de dólares, por ano, enquanto a quantia faturada pelo mundo do ocultismo chega a 750 milhões de dólares’.
A nós, católicos leigos, cumpre, nas tristes circunstâncias atuais, redobrar os esforços para esclarecer o próximo sobre a expansão das várias formas de cultos satânicos que vão corroendo o catolicismo no Brasil. Peçamos a Nossa Senhora Aparecida e a São Miguel Arcanjo que nos dêem toda proteção e ajuda nessa luta contra o Império de Satanás.

Obsessão: tentações mais intensas e prolongadas

“A obsessão é em substância uma série de tentações mais violentas e duradouras que as tentações ordinárias. É externa quando atua sobre os sentidos externos, por meio de aparições; internas, quando provoca impressões íntimas. É raro que seja puramente externa, visto o demônio não atuar sobre os sentidos senão para perturbar mais facilmente a alma. Há, contudo, Santos que, pelo fato de serem obsedados exteriormente por toda a qualidade de fantasmas, conservam na alma uma paz inalterável”.
Ad Tanquerey, Compêndio de Teologia Ascética e Mística, Livraria Apostolado da Imprensa, 4ª edição, 1948, Porto, p.858.
A Medalha de São Bento

Propagada em todo o mundo há mais de trezentos anos pelos monges beneditinos, e aprovada pelo Papa Bento XIV em 1742, a Medalha de São Bento tornou-se célebre por sua extraordinária eficácia no combate aos demônios e suas manifestações; protege contra malefícios de toda espécie, doenças contagiosas, picadas de serpentes e outros animais venenosos; protege também os animais domésticos e veículos. Aprovada e louvada pelos Papas, a Medalha de São Bento possui a força exorcística da Santa Cruz do Redentor - o sinal de nossa salvação.
Dom Próspero Guéranger O.S.B., A Medalha de São Bento, Artpress, 1999, São Paulo.

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